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outSe a sua empresa tem sede no exterior, pretende realizar uma fusão com outra organização internacional ou vendê-la integralmente para investidores estrangeiros, a prática da contabilidade internacional é fundamental. Ela o ajudará a manter a compliance dos dados financeiros e econômicos do negócio, tornando-os facilmente compreensíveis em qualquer país do mundo.
No primeiro caso, por exemplo, não adianta formar relatórios contábeis para uma sede no Brasil e criar outros, seguindo os padrões internacionais, para atender as sedes que estão localizadas no exterior.
O ideal é que toda a empresa se enquadre nas exigências de padronização, pois isso facilita o trabalho da contabilidade, torna as informações mais alinhadas e iguala a comunicação corporativa, independentemente do país que se encontra.
Se o seu negócio se enquadra em alguma dessas situações, incorporar a contabilidade internacional pode ajudar muito. Pensando nisso, preparamos um post especial com o intuito de lhe orientar com relação às normas e os procedimentos corretos que devem ser adotados. Confira!
Criada em 2007, a Lei que exige o enquadramento dos balanços e demonstrativos contábeis ao IFRS (International Financial Reporting Standards) entrou em vigor em 2009. Isso quer dizer que, a partir desta data, as empresas brasileiras passaram a respeitar as normas e padrões impostas pela contabilidade internacional.
Para que a adaptação das organizações nacionais ocorresse de forma natural e simplificada, o órgão do Comitê de Princípios Contábeis do Brasil (CPC) entrou em ação e auxiliou os gestores e representantes legais na tradução das normas internacionais da contabilidade (International Accounting Standards Board – IASB).
Hoje, a contabilidade praticada no Brasil é bem alinhada com a internacional, mas ainda existem diferenças que dificilmente serão superadas, principalmente na parte fiscal, já que cada país possui a sua própria legislação tributária.
Mesmo assim, essas mudanças trouxeram grande vantagem competitiva as empresas nacionais frente às estrangeiras. Como os balanços e demonstrativos das organizações brasileiras devem seguir os mesmos padrões da contabilidade nos outros países, a análise fica muito mais fácil de ser realizada pelos investidores, passando a entrar no radar dos negócios internacionais.
É importante lembrar que, quanto maior e mais complexa for a organização, mais difícil pode ser o modo de realizar a classificação das informações e aplicar as técnicas contábeis corretas.
No entanto, trata-se de uma exigência legal e uma prática indispensável para a atuação e negociação no exterior.
Veja agora as principais dicas para fazer a contabilidade internacional:
Para viabilizar a internacionalização da empresa, é primordial que aperfeiçoe continuamente a contabilidade e reporte o máximo de informações com clareza.
O envolvimento mais próximo com o escritório de contabilidade também deve fazer toda a diferença no processo para que todos tenham uma compreensão mútua e completa das mudanças. Então, comece analisando como é feita a contabilidade na sua empresa atualmente e compare com as regras do padrão internacional. Depois, comece a implementar as mudanças aos poucos.
A ideia é que em pouco tempo o negócio esteja de acordo com as normas e regulamentos exigidos pelo IASB, IFRS e CPC. A partir do momento que a empresa seguir essas normas, ela não precisará mais modificar seus procedimentos, apenas atualizá-los conforme alguma alteração nas regras.
Porém, como cada país faz cálculos e recolhimentos dos impostos de forma diferenciada, a contabilidade fiscal pode ser fortemente influenciada, exigindo adequações.
Mesmo assim, isso não deve alterar o balanço, pois são campos totalmente separados. Resumindo, se o balanço estiver de acordo com os padrões internacionais, independentemente de como é feita a contabilidade fiscal, ele será sempre igual em qualquer país.
Ter o apoio de um escritório de contabilidade é fundamental para a empresa se enquadrar aos padrões internacionais, pois, aplicar as normas pode ser fácil, difícil será adequar a parte fiscal a elas.
Como a maioria das empresas passa por uma diligência prévia (due diligence) antes de ser adquirida ou fundida a outras organizações internacionais, o balanço deve estar o mais correto possível para não gerar desconfianças e perdas de oportunidade.
Se isso não acontecer, os investidores vão cobrar contas de garantia (escrow account) nas negociações, reduzindo o valor da transação.
Quando a empresa conta com o apoio de parceiros especializados, como profissionais com alto grau de know how em contabilidade internacional, passa a exercer os procedimentos exigidos de forma adequada, ficando apta para ser analisada internacionalmente. E a garantia de que esses padrões estejam sendo respeitados só pode ser bem atendida com uma assessoria profissional no assunto.
Ou seja: o registro de dados no sistema contábil realizada pelos profissionais da empresa pode não mudar, mas cabe a assessoria especializada a responsabilidade de categorizá-los corretamente para entrar em conformidade com os padrões internacionais.
Isso acaba influenciando nas decisões dos investidores estrangeiros, pois quando analisam uma empresa no Brasil e ela está de acordo com os padrões internacionais, elimina dúvidas no processo e evita questionamentos.
Dessa forma, quanto mais fácil for de fazer a comparação do balanço, maior será a confiança do investidor, podendo até elevar o valor de mercado da empresa.
Por outro lado, sem isso, muitos negócios podem não ser concretizados, gerando desperdícios de tempo e esforços sem resultados. Isso torna essencial contar com um parceiro especializado no setor e, acima de tudo, com expertise suficiente para guiar a empresa nos processos de adequação.
Como disse, atualmente, a contabilidade no Brasil não é mais tão diferente da internacional porque houve um esforço considerável na adequação aos padrões. Mas, antes, critérios distintos eram adotados, por exemplo, com relação à depreciação de bens. Enquanto no Brasil usava-se taxas fiscais, no exterior, usava-se taxas relativas ao uso deles.
Aos poucos, as normas foram sendo adaptadas para que todos pudessem falar a mesma língua nos processos de elaboração e análise dos relatórios contábeis, viabilizando as comparações entre empresas e tornando-as mais precisas.
Como a Lei da padronização já está em vigor há quase uma década, é natural que os padrões se aproximem bastante hoje em dia, mas isso não dispensa a necessidade de uma assessoria especializada para garantir que a contabilidade internacional seja de fato aplicada ao negócio.
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